segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O lado de lá.


Texto publicado apenas para uma realização pessoal.
E como num dia normal, acordei com uma busina, com várias vozes, mas ainda pude ver o brilho do sol sob minha janela. Aquele mesmo brilho estava lá, me presenteando mais uma vez. E de repente como um ladrão roubando lanche de uma criança indefesa, me tiraram o sol, a luz, e apareceram novas vozes. Não as dos meus vizinhos como antigamente, mas muitas vozes dentro de mim. Uma, me culpando pela fronteira que passei, por ultrapassar meus limites. Outras, me chamando e me atraindo para ir mais fundo naquela escuridão.
Iludido por aquele mundo, passei a ser dele. Experimentei prazeres, fiz tudo ao extremo, me aprofundei mais e mais.
A princípio, aquilo por mais que errado, era pra mim, tudo que eu queria. Mas tinha algo errado. Senti que tinha. Ainda existia uma voz dentro de mim. Pude ouvir soluços de choro. Pude sentir cada lágrima que descrevia um chamado. Não um chamado normal. Um pedido de volta. Era como se aquela voz, não podia dizer nada pra mim, a não ser que eu voltasse... E voltei.
Larguei tudo que aparentemente me completava, mas ao mesmo tempo ia me despedaçando naquela escuridão. Ah, sim... a luz! Pude vê-la novamente. E o dono das lágrimas pude senti-lo ao meu lado. Era o mesmo dono da luz.
Sim, experimentei prazeres e estava tudo tão bom. Mas o que me faz crescer é estar na luz, e enfim, poder enxergar... Enxergar soluções. Enxergar caminhos. Enxergar conforto. Enxergar Ele, o dono da luz.
Sim, eu estive do lado de lá.

Matheus Araujo Dias

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