sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Pequeno órfão.

Dedicado ao: Meu amigo, pequeno órfão.
Hoje eu quero tomar muito cuidado com cada palavra. Escrever sobre você é uma tarefa extremamente difícil e desconfortável. Talvez eu não obtenha grandes resultados mas eu quero me privar de falar somente aquilo que eu sei. Ou acho que sei.
Você sempre guardou um pouco de você nas mangas. Sempre tinha algo novo a oferecer, e me arrisco a dizer: não sei se eu seria assim depois de tudo que você passou. Me desculpe o pesar da palavra, pequeno órfão, mas eu tenho que citar os fatos pra dizer a grandeza que você é. Você, meu amigo, é excepcional! Digo isso porque sei como é perder alguém que ama. Ainda mais perder uma referência de pai. Entendo que desde aquele momento que ele se foi, mesmo você sendo pequeno, sofre com isso até hoje. Ele não foi só, você morreu juntamente com ele. Sua mãe ficou de luto por ele. Me perdoe, na minha limitação dizer, que mesmo não sendo tão íntimo, eu fiquei de luto por vocês. Mas, ver você crescer é algo tão bom! Ver o quanto és maravilhoso é algo extremamente melhor. Você perdeu a figura paterna mas ganhou uma forma de ficar de pé que chega a fazer as minhas pernas bambas. Não estou me referindo aquele papo sobre ser o homem da casa. Não é nada disso. Você se tornou o homem da sua própria vida!
Eu imagino o quanto sua mãe fica feliz com cada conquista sua. Eu admiro cada degrau que você sobe, pequeno órfão. Sei que ele está vendo. Sei que de algum lugar, ele está vendo, sabemos disso. Você me ensina até mesmo calado, amigo. Mas quando abre a boca me deixa realmente constrangido com tanta coisa boa que tem pra dizer. Com tanta palavras de estímulo! Me desculpe por não ser tão presente. Me desculpe também por tocar neste assunto. Mas, quero mesmo dizer o quanto és especial, lá no meu íntimo. Posso não saber até onde tudo isso influenciou você, mas posso garantir que agarrar com unhas e dentes as oportunidades da vida como você bem faz enche meu peito de alegria. Ver a satisfação nas palavras de tua mãe, puxando sua orelha daqui, te exaltando de lá, me traz a consciência de que as coisas podem melhorar.
Meu amigo, pequeno órfão, obrigado por todos os momentos juntos. Obrigado por sempre ser coerente e convicto de suas opiniões. Obrigado por sempre ser o mesmo. Obrigado pelas manhãs que sempre se estendiam nas orações à tarde. Obrigado, pequeno grande órfão! Nunca, jamais se esqueça que você tem um super-pai, lá em cima, onde com certeza sorri e diz: "Este é meu filho!"

Matheus Araujo Dias

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