quarta-feira, 27 de março de 2013

Olhe para a lua, veja a nossa história.

Tão injusto quanto eu não estar ao teu lado, é você ignorar o sol. Ele pode não ser uma das melhores companhias, mas é ele quem faz tudo ficar mais claro. Tão claro quanto o nosso destino dizendo que devemos soltar as mãos e seguir em frente... Tão claro quanto eu voltando todo o trajeto gritando que lá na frente não existe nada de bom, uma vez que você não estará ao meu lado. Não existe dia. Não teremos sol. E não pense que tudo acabará em uma fogueira, um quase abraço e uma lua pra brindar a nossa teimosia de querer escrever o nosso futuro. Não pense que tudo vai se encaixar no momento em que entrelaçarmos nossos dedos. Sabemos que não será assim. Sabemos que não será fácil. E sabemos também, que estamos errados. Talvez errados só até a página 2, porém errados.
E por falar em páginas, meu amor, se fossemos escrever um livro, em nosso índice só teria temas dramáticos. Em cada página, haveria o suspense entre a possibilidade de um dia jogarmos nosso orgulho de lado. Nas entrelinhas, todos iriam descobrir que somos apaixonados um pelo outro. Portanto, no final, retomo mais uma vez: as últimas palavras seriam "seguir em frente!" No próximo livro, acredito que não teríamos mais leitores.
Não sei se você consegue me entender, bebê, mas o fato é que seguir em frente é totalmente não ter final. Seguir em frente, é não sofrer com despedidas mas saber que é quase um adeus. Seguir em frente é deixar as entrelinhas tornarem-se apenas a sinopse do nosso livro conturbado, onde nem eu sei dizer em qual categoria se encaixa. É o mesmo que gastar seu tempo em algo que lhe faz bem, mas sabe que não irá render. Não agrada ao público. Não agrada a ninguém. Mas idaí, seria o nosso livro, não é?
Talvez todo aquele encanto da lua, fogueira, uma música de fundo se perderia na nossa realidade de tudo terminar em pizza. Em mais uma história; Em mais um capítulo; Em mais uma noite perdida lendo o Gibi do Batman, enquanto eu insisto em dar lugar ao Mickey, só pra dar asas a mais um livro que já havia sido fechado e guardado naquela estante velha, empoeirada de histórias passadas... Estaríamos escrevendo o nosso fim. O fim que revela o começo.
Portanto, vamos seguir em frente, vamos decretar o fim. O fim de tanta insegurança, incertezas. O futuro de aprendizado e confiança. Um futuro que nem as histórias mais loucas conseguiriam entender. Um livro sem pé nem cabeça. A oportunidade de largarmos nossos gibis coloridos, e declarar de vez que vivemos um mangá. Tudo sem sentido. Onde começou arduamente, de trás pra frente, mas que vai se encaixar num fim, que mais uma vez repito: revela o começo.
Vamos seguir em frente, vamos recomeçar. Olhe para a lua, está cheia. Olhe para nós, estamos cansados.

Matheus Araujo Dias

8 comentários: