quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Dois anos e meio

Depois de dois anos e meio, ontem eu tomei meu primeiro milk shake sozinho,
Olhei as roupas do mostruário sem olhá-las,
Passei na frente daquela lanchonete e até pensei em encarar a jalapeño que tinha no lanche.
Não encarei, da mesma forma que agora não consigo encarar a vida.

Não posso mais me olhar no espelho que não suporto meu próprio reflexo.
Tá claro, escancarado, mais do que evidente que meus olhos suplicam por paz,
Meu corpo suplica descanso, minha mente suplica o silêncio.
Não há silêncio, da mesma foma que agora meu coração grita.

Dois anos e meio pra bem na hora do aperto, tudo explodir,
Sem chance de nos redescobrir, reinventar e agir.
Não dá, não deu, não dá mais...

Dois anos e meio pra ler em uma única mensagem que o amor enfraqueceu,
Que o fogo apagou, o desejo morreu.
Que o respeito agora é de amigo.
Eu paro, leio, respiro, transpiro.

Foram dois anos e meio,
Tempo o bastante pra deixar marcas pra sempre...
Não toca na ferida, é recente.

Matheus Araujo Dias

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